Skip to main content

Hoje em dia, os jogos estão em todo lugar: nos consoles tradicionais e super conhecidos por todos os jovens, no celular da sua mãe e dos seus avós, no tablet das crianças e na boca do povo. Era de se esperar, já que esse mercado é um dos que mais cresce, de forma consistente e ininterrupta todo ano. Para se ter uma ideia, a última pesquisa do Newzoo, que é fonte mais confiável e cotada do mundo para análises do mercado de jogos, gerou um faturamento de mais de $150 bilhões em 2019. Novos mercados como a China e o Brasil estão aí para serem devidamente atendidos, já que todo dia milhares de jogos são produzidos por diversos estúdios, empresa e indivíduos.

Com a facilidade de acesso à novas tecnologias digitais, softwares e recursos, é muito fácil começar a produzir e publicar seus próprios jogos, independente de plataforma (que também são muitas e cada vez mais acessíveis). Deve ser bem divertido produzir seus próprios jogos não?

Na verdade, nem sempre.

Apesar de associarmos à diversão como um componente principal dos jogos, produzi-los é uma atividade profissional como outra qualquer: existem prazos apertados, demandas de clientes, custos de investimento ou infraestrutura, e, acima de tudo, gestão de pessoas. Trabalhar com pessoas diferentes, com visões e objetivos diferentes, pode ser um grande desafio. Mas não se desespere! Aqui vão três dicas para você se sair bem nessa atividade que pode sim ser muito divertida:

Encontre pessoas que te complementam. Você não vai fazer o jogo sozinho, por isso, é importante se juntar com pessoas que façam as outras coisas que você não sabe fazer direito. Minimamente você vai precisar de um programador, um artista e um designer. Se possível, traga alguém de negócios, gestão de projetos, marketing, relações públicas… ou dividam estas tarefas entre a equipe.

Saiba ouvir. É fundamental praticar os 5 tipos de ouvir que o game designer Jesse Schell nos apresenta: ouça o que sua equipe, seu cliente, seu público, seu jogo e seu ego têm a dizer. Cuidado com esse último, pois sua voz pode ser tão alta que talvez até te impeça de ouvir os demais.

Falhe rápido. Não espere tempo demais para mostrar ou testar o jogo. Você não precisa mais do que ideias em um papel. Mostre para as pessoas (não só para seus amigos ou sua mãe que te ama). Deixe que as pessoas critiquem e façam sugestões ou mudanças rapidamente, antes de perder muito tempo (e dinheiro) desenvolvendo algo que não é bom.

Termine o maldito jogo. Uma ideia de jogo, não é um jogo. Um projeto de jogo, não é um jogo. Um jogo precisa estar pronto. Ele não precisa estar bom ou funcionar totalmente, mas é preciso estar tangível. Daí você volta na dica anterior e faz tudo de novo, quantas vezes forem necessárias.

Se divirta. Se não estiver divertido produzir o jogo, algo está muito errado. Por que afinal de contas, qual o ponto de não se divertir com aquilo que você trabalha.

Daniel Martins

É pai, ludólogo, futurista, designer, pesquisador, educador e consultor. Mestre em Design (CESAR School), pós-graduado em Design Estratégico (ESPM-RJ) e graduado em Desenho Industrial (UNESA). Coordenador Pedagógico do Instituto 42, CEO do D+1 Design & Jogos e membro associado do Teach the Future Brazil.